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Papel da mulher na eleição alcança centro do debate político no Brasil

Candidatas competitivas e predomínio do voto feminino marcam pleito.
Dianteira de José Serra entre eleitoras movimenta campanha petista.

Quase 80 anos após as brasileiras conquistarem o direito ao voto, a mulher está no centro do debate político da eleição presidencial deste ano.

Pela primeira vez, duas mulheres - a ex-ministra Dilma Rousseff (PT) e a senadora Marina Silva (PV) - estão entre os três principais candidatos. Pela última pesquisa do Ibope, ambas somam 46% das intenções totais de voto.

Mas até agora o preferido das eleitoras é José Serra (PSDB). O ex- governador alcança, segundo o Ibope, 38%, dos votos entre mulheres, contra  33% de Dilma e 10 % de Marina. 

Exemplo dessa aposta ocorreu na convenção do PT que oficializou a candidatura de Dilma à Presidência. A mulher foi o tema do encontro de 13 de junho, que exibiu vídeo com brasileiras que marcaram época, como a compositora Chiquinha Gonzaga (1847-1935).

"O Brasil do Lula será governado com a alma e o coração de uma mulher", disse Dilma na ocasião. Como parte da estratégia, a candidata cita a filha e o futuro neto em entrevistas e já até cozinhou omelete na TV.

Para o cientista político Antonio Lavareda, filiado ao PSDB e especialista em campanhas eleitorais, a ênfase na mulher é uma “escolha inteligente do PT”.

“É uma forma de mobilizar a emoção para a campanha da Dilma, que é uma candidata sem muito carisma”, afirma.

Hipóteses para baixo rendimento
Lavareda enumera duas possíveis razões para o “gap” [disparidade] de gênero na performance de Dilma.

Uma delas é o suposto desconhecimento de Dilma - e de sua condição de candidata de Lula - entre as eleitoras mais pobres. Na última pesquisa Datafolha, 71% dos entrevistados citaram a ex-ministra como o nome apoiado pelo presidente.

Outra possível razão é a "herança" de Lula. Considerando as pesquisas mais próximas da votação, o presidente sempre teve menos votos entre as mulheres nas cinco eleições majoritárias que disputou.

Na maioria do eleitorado brasileiro desde as eleições de 2000, as mulheres representam hoje 51,8% dos votantes no país. São 69,4 milhões de votos femininos e 64,4 milhões de eleitores homens (48% do total).

A vantagem atual de Serra entre as mulheres alimenta o debate sobre questões de gênero na eleição e movimenta as campanhas, que reforçam a busca ao voto feminino.